Desde 2018, a Viasat e a Telebras instalaram mais de 4,5 mil pontos de acesso à banda larga no Brasil como parte do programa GESAC. A maioria deles são escolas em áreas remotas, onde a banda larga de alta velocidade da parceria Telebras-Viasat permitiu que alunos e professores que antes sofriam com uma conexão de internet muito lenta ou inexistente tivessem melhor acesso ao mundo.
A parceria teve início no início de 2018, quando a estatal brasileira de telecomunicações procurava um parceiro para fornecer um sistema terrestre para seu novo satélite SGDC. A Viasat era uma parceira lógica, uma vez que a empresa tem uma longa história de construção de sistemas de comunicação via satélite e recentemente serviu de forma similar ao programa de banda larga via satélite do governo australiano.
Garantindo o contrato, a Viasat implementou uma rede terrestre e as instalações do serviço começaram com escolas, unidades de saúde e outros estabelecimentos governamentais - como postos de atendimento a refugiados venezuelanos na fronteira. A Viasat já havia instalado mais de 4,5 pontos até meados de maio de 2019.
A segunda parte da parceria vai permitir que a Viasat ofereça outros tipos de serviços de banda larga via satélite, que vão desde serviços residenciais até serviços Wi-Fi a bordo de aviões. A empresa também planeja disponibilizar seu serviço de Wi-Fi Comunitário - uma solução de pontos de acesso de baixo custo que ajudam a conectar populações remotas e que se tornou muito popular no México.
No Brasil, contratos com empresas estatais como a Telebras devem obter aprovação do Tribunal de Contas da União (TCU). O TCU aprovou o contrato da Viasat em 22 de maio de 2019. Essa decisão permitiu que a Viasat prossiga com o lançamento do serviço comercial.
Conectando estudantes
“Estamos todos entusiasmados”, afirmou Lisa Scalpone, vice-presidente e gerente geral da Viasat Brasil. “Os benefícios que já estamos vendo com estudantes por todo o país são enormes”.
Scalpone disse que a Telebras estima que mais de 1,2 milhão de estudantes agora estão conectados ao serviço via satélite.
“Como medir o impacto do nosso serviço?”, perguntou ela. “Uma forma de criar o maior impacto é garantir que as crianças em idade escolar aprendam a dominar e a tirar o máximo de proveito da internet e suas oportunidades educacionais desde cedo. É colocar o foco na educação e nos alunos em primeiro lugar, e isso é exatamente o que o programa GESAC tem feito”.
Alguns dos primeiros pontos do GESAC foram instalados há um ano, em escolas na cidade de Pacaraima (RR). Como em muitos outros lugares, essas escolas tinham serviço de celular ou satélite antigo, que oferecia apenas cerca de 1 Mbps de velocidade de download - quando existia. Esses níveis de velocidade não são adequados para aplicativos como streaming de vídeos educacionais ou para suportar mais de um usuário por vez. Com os 10 Mbps agora disponíveis, viabilizados pela Viasat e Telebrás, os alunos podem aproveitar melhor os recursos educacionais oferecidos à distância - como o curso gratuito de aprendizagem online da Kahn Academy.
“Já podemos ver que o serviço está sendo muito utilizado, com um grande volume de streaming durante o dia para esses tipos de vídeos educativos”, disse Scalpone.
O que vem por aí
Como a Viasat e a Telebras procuram aproveitar ao máximo a capacidade do satélite SGDC, Scalpone disse que o Brasil tem muitas oportunidades - e alguns desafios. Um deles é o próprio terreno, com vários lugares no interior inacessíveis através de estradas.
“Em muitas áreas, o único meio de transporte é o barco”, explicou ela. “Frequentemente precisamos de mais de um técnico para as instalações devido à dificuldade de chegar a algumas dessas áreas. Mas a nossa parceira no Brasil, a Visiontec, tem sido fantástica.”
A Ruralweb, outra empresa parceira, tem grande experiência no país e está envolvida como um parceiro atacadista.
Scalpone disse que o Brasil tem muitas oportunidades de usar diferentes soluções para a largura de banda do satélite. O tamanho do país por si só, com boa parte da população espalhada pelo imenso interior do Brasil, o torna ideal para o uso de satélites. Além de prédios governamentais, como escolas e hospitais, há a necessidade de serviços residenciais individuais e do Wi-Fi Comunitário, bem como de serviços empresariais. Como em outras regiões, a Viasat também planeja usar parte da capacidade de Wi-Fi para a aviação, durante voos sobre o Brasil.
Atualmente, a Viasat tem acesso a pouco mais de metade da capacidade do SGDC. Caso essa capacidade se esgote, o primeiro satélite ViaSat-3 - com lançamento previsto para 2021 - poderá fornecer um maior volume.