Como o clima pode afetar as comunicações por satélite

Uma crença comum sobre a internet via satélite é que a chuva (ou mesmo a neve, pouco comum no Brasil) pode afetar o serviço. Mas quanto isto é de fato um problema? Como um satélite no espaço precisa se comunicar com os terminais de antena no solo, é claro que qualquer coisa acontecendo entre esses dois pontos tem o potencial de interferir no sinal. Chuva forte e neve podem certamente afetar o serviço, embora isso possa variar muito. Porém, normalmente, os impactos do clima são de curta duração. A chuva deve ser muito forte e prolongada para que os clientes do serviço residencial de banda Ka da Viasat percebam qualquer interrupção. Nos Estados Unidos, por exemplo, é principalmente o Sudeste que apresenta esse tipo de clima. Já no Noroeste, embora possa ser bastante chuvoso, não é tão ruim porque a região não tem o mesmo tipo de tempestades fortes e prolongadas de um lugar como a Flórida. Já em relação à neve, descobrimos que de forma leve e seca, mesmo que seja muito pesada, normalmente não afeta o serviço. A neve úmida e pesada pode ser mais problemática, assim como a chuva forte — mas nem sempre. Ouvimos com frequência clientes residenciais dizerem que o serviço funcionou bem durante situações extremas, como furacões, mesmo quando outros serviços de internet a cabo ou linhas telefônicas foram interrompidos.

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A imagem ilustra como o clima pode impactar o serviço via satélite de maneiras diferentes. Como as antenas terrestres conectadas à internet normalmente estão em uma localização diferente do terminal na casa ou empresa do assinante, o clima pode afetar a intensidade do sinal, mesmo se o tempo estiver limpo onde o consumidor está.

Resolvendo o problema Embora mudanças climáticas estejam fora do controle de qualquer pessoa, a Viasat tem feito progressos ao longo dos anos para lidar com “falhas climáticas”. Nós podemos, por exemplo, aumentar a potência, dando ao sinal uma chance mais favorável de atravessar uma tempestade. Isso pode parecer uma solução simples, mas não é fácil de gerenciar. Uma alteração climática pode estar entre a antena de gateway e o satélite, conforme mostrado na ilustração acima, e isso é um pouco mais fácil de resolver. Um único gateway atende a uma determinada região terrestre, geralmente longe do usuário final. Isso também mostra por que às vezes os terminais terrestres podem sofrer interrupções climáticas, mesmo se o evento climático estiver distante. Mas se você olhar para o outro lado, onde o sinal do satélite está em seu caminho para a Terra e apenas algumas das áreas que atende têm clima severo, pode ser mais difícil “aumentar o volume” do satélite para aquela pequena área. Energia é um recurso precioso para um satélite movido por energia solar, e picos de energia prolongados podem danificar os componentes eletrônicos. Outras técnicas que utilizamos envolvem o aumento da potência no terminal do usuário e a modulação do sinal. Nesse caso, também é mais fácil fazer esses tipos de ajustes para eventos climáticos maiores e mais lentos do que os mais localizados. No caso de aplicações de mobilidade em que nosso serviço está instalado em um objeto em movimento, como uma aeronave ou um navio, eles saem da área de tempestade muito rapidamente ou estão voando acima dela. O enfraquecimento da chuva também é variável de acordo com a banda de frequência que o satélite está usando. As bandas de frequência mais alta tendem a ser mais afetadas pela chuva porque o comprimento de onda em si é próximo ao tamanho das moléculas de água. Comprimentos de onda mais longos são menos suscetíveis a interferências causadas pela chuva, com a desvantagem de não serem capazes de transportar tantos dados.

Alex Miller