Neste segundo artigo da nossa série “Desvendando Cibersegurança”, o especialista em segurança cibernética da Viasat Lee Chieffalo mostra como podemos nos proteger de compartilhar mais que o necessário on-line.
A maioria dos norte-americanos diz se sentir impotente diante dos esforços das grandes empresas de tecnologia para coletar dados.
Uma pesquisa da Pew Research mostra que 62% acredita que as empresas que colhem dados fazem parte da vida cotidiana, e a maioria também sente que tem pouco ou nenhum controle sobre como essas instituições usam suas informações pessoais.
Mas o diretor técnico da Viasat, Lee Chieffalo, diz que nem tudo isso é verdade.
“Nossas informações pessoais são o que há de mais valioso para praticamente todas as empresas que atuam on-line ao redor do mundo”, disse Chieffalo, especialista em segurança cibernética da Viasat para o setor governamental. “Muitas delas ganham dinheiro com a venda de dados. E há pessoas que podem estar pegando essas informações e vendendo para fontes menos confiáveis.”
“Mas há medidas que você pode tomar em relação a isso. Você pode não se proteger 100% - mas pode dificultar as coisas para eles e estabelecer padrões mais altos.”
Isso pode fazer uma grande diferença não apenas em sua experiência on-line, mas até mesmo na segurança das suas finanças.
Técnicas como pharming e phishing - golpes que usam sites comprometidos ou sequestrados ou e-mails com links para sites falsos - são duas ações que podem levar ao roubo de identidade, algo que pode ter repercussão duradoura em sua privacidade digital, nas finanças e na reputação on-line.
Anúncios direcionados, pop-ups e outros tipos de invasão de privacidade on-line que resultam da coleta de dados são ramificações menores, mas ainda incomodas, de ter as informações pessoais disponíveis on-line.
É tudo um efeito colateral da vida conectada - um aspecto negativo entre tantos benefícios da internet.
Mas também é algo que podemos minimizar. Aqui estão algumas formas de diminuir sua exposição on-line:
Evite links desconhecidos
Se você receber um e-mail que parece vir de uma empresa com a qual você se relaciona, não clique em nenhum link ou anexo antes de verificar que é realmente legítimo. Às vezes, só passar o mouse sobre o endereço de e-mail já pode revelar um nome estranho, e não de uma empresa verdadeira. Melhor ainda: vá direto ao site da empresa e trate de tudo que for necessário por lá mesmo.
Um endereço de site legítimo deve começar com “https” e não “http”. A segunda opção é um sinal de que o site pode estar corrompido. Sites e links corrompidos também podem apresentar erros de ortografia e aparência diferente, com fontes, layouts ou cores desconhecidos.
Use mais de uma conta de e-mail
Defina um e-mail para tratar de informações confidenciais, como banco e finanças, e mantenha esse endereço privado. Use um segundo para se inscrever em newsletters de lojas, descontos, para compromissos de rotina e outras atividades semelhantes. E considere destinar, ainda, um terceiro e-mail para comunicação pessoal. Isso manterá suas contas pessoais ou confidenciais sem lixo eletrônico e limitará o impacto de uma possível invasão. Outro benefício é que isso também mantém sua comunicação mais organizada.
Menos é mais
Ao criar um perfil ou se inscrever em um serviço, forneça apenas as informações que forem absolutamente necessárias. Se isso não afetar seu uso do serviço, considere ainda usar um apelido ou endereço de e-mail anônimo. Isso evitará que sua atividade on-line seja vinculada ao seu nome real.
Restrinja as configurações de privacidade
Limite quem pode ver suas postagens e informações pessoais nas redes sociais. O Facebook, por exemplo, fornece configurações básicas de privacidade e orientações sobre como limitar o seu público.
Pense antes de postar, curtir ou marcar sua localização
Todas essas ações podem ser adicionadas ao banco de dados de uma empresa ou oferecer a potenciais criminosos informações pessoais valiosas. Deixe esses detalhes para conversas em grupos privados, mensagem de texto ou por telefone.
Tenha cuidado ao baixar aplicativos
Muitos aplicativos funcionam bem sem ter acesso às suas informações pessoais. Em vez de clicar automaticamente em “aceitar”, primeiro analise a solicitação de privacidade de cada aplicativo e negue a permissão quando possível.
O resultado final é que ser menos aberto em relação às suas informações pessoais pode ajudar bastante a te deixar mais seguro on-line.