A jornada do primeiro satélite ViaSat-3 ao espaço começa por uma viagem terrestre

A Viasat alcançou um marco importante no transporte do primeiro satélite da constelação ViaSat-3 para a Boeing Satellite Systems, empresa parceira que lançará os satélites da Viasat ao espaço

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O projeto ViaSat-3 é grandioso não apenas na quantidade de peças e processos que o compõem, mas também é imponente. Quando colocado em órbita, o satélite terá aproximadamente o mesmo comprimento que a envergadura de um Boeing 767 ou cerca de metade de um campo de futebol. Ele pesa 5,9 toneladas, contando com os componentes de tecnologia de ponta, circuitos proprietários e milhares de peças de última geração.

O ViaSat-3 acabou de fazer uma viagem terrestre de 640 quilômetros antes de seu eventual lançamento a uma altitude orbital de aproximadamente 36.000 quilômetros acima da Terra. Ele saiu da fábrica da Viasat em Tempe, Arizona no estado norte-americano do Arizona para as instalações da Boeing Satellite Systems em El Segundo, Califórnia.

Antes do ViaSat-3 ser transportado para a Boeing, o módulo da carga útil - responsável por transmitir, controlar e receber os sinais de telecomunicação da Terra - e suas conexões e pequenos componentes foram testados exaustivamente, com vários tipos de simulações, para evitar qualquer problema em órbita.

A eletrônica da carga útil foi projetada com precisão e protegida para sobreviver a um lançamento de foguete e funcionar por 15 anos ou mais no ambiente hostil do espaço. Todas as equipes da Viasat envolvidas no projeto estão felizes pelo sucesso. Mas ainda estão trabalhando nos outros dois ViaSat-3, que vão compor a constelação global de satélites da nova geração.

“Você vê as pessoas animadas, percebendo que isso é real: nós construímos eletrônica que vai para o espaço e mudará o mundo’’, afirmou Kevin Pryor, engenheiro líder de testes de integração da Viasat, em Tempe.

Pryor disse que a equipe trabalhou em sincronia para criar e testar em tempo recorde o que se espera que seja o satélite de comunicações de maior capacidade já lançado. Agora, segundo ele, as equipes podem parar e ver a missão toda se concretizando.

“É impressionante pensar no tamanho do trabalho que esse time realizou”, afirmou Pryor. “Comparativamente, foi como iniciar um projeto do tamanho de uma caixa de fósforo e ir passando por muitas fases até chegar a um produto do tamanho de um ônibus. Para a equipe que trabalhou em peças individuais e pequenas, foi incrível ver o final do projeto todo montado”.

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The Viasat team in Tempe, AZ stands in front of the first ViaSat-3 satellite just before it was packed for shipment to Boeing.

A próxima etapa da jornada

O primeiro satélite ViaSat-3 que vai cobrir as Américas é chamado pela equipe de “Flight 1”, ou voo número 1. Ver o satélite sair das instalações da Viasat e ser transportado até a Boeing foi o auge de anos de trabalho para as muitas pessoas que iniciaram o desenvolvimento do ViaSat-3 há seis anos e que trabalharam na construção do projeto nos últimos três anos.

“Mais do que o projeto se tornar realidade, as pessoas estão vendo que ele funciona da maneira que esperávamos. Agora, na Boeing, vamos passar pela integração da espaçonave com o satélite e testar de forma metódica, porém, rápida”, disse Dave Ryan, presidente da divisão de redes espaciais e comerciais da Viasat.

Além de inovador, o satélite ViaSat-3 tem uma enorme capacidade. O módulo de carga útil tem uma taxa de transferência de 1 Terabit por segundo - isso é mais do que o restante da frota da empresa somada.

Ryan explica que “se tivéssemos feito uma abordagem de teste tradicional, teríamos levado meses porque são muitos canais de comunicação e combinações para verificar e garantir que estão funcionando perfeitamente. Fomos capazes de revolucionar a forma como fizemos isso para que pudéssemos literalmente testar toda a carga útil em questão de algumas semanas.”

Graças aos engenheiros da Viasat, segundo Ryan, foi criado um sistema de alta fidelidade com o qual eles puderam comparar seus testes, em vez de fazer por tentativa e erro. Todo esse trabalho de testes foi feito para garantir que tudo esteja 100% funcionando em solo, de modo a evitar problemas quando o satélite estiver em órbita.

“Não podemos enviar uma equipe para reparar o satélite quando ele estiver em órbita a 36.000 quilômetros da Terra. Se algo falhar, precisamos que falhe aqui”, informou o engenheiro de testes Jack Feix.

O ViaSat-3, como todas as cargas úteis de satélite, também foi submetido a testes ambientais rigorosos. Calor, frio, vibração e outras variáveis extremas que o satélite encontrará no espaço foram simulados várias vezes nas instalações de Tempe.

E, graças aos testes e ajustes, resistiu a viagem terrestre até El Segundo com tudo o que implica uma viagem interestadual: estradas esburacadas, mau tempo e a paciência de outros motoristas que encontram um caminhão de aparência estranha com uma carga muito larga - seguido por uma comitiva de outros veículos para segurança.