Os satélites desempenham uma grande variedade de funções e podem ter qualquer forma e tamanho, mas todos compartilham algo em comum: eles precisam de uma conexão com o solo para funcionar.
E isso é obtido por meio de um link de comunicação, e a qualidade da conexão pode variar bastante, dependendo de vários fatores. Imagine um pequeno satélite que orbita a Terra a cada 90 minutos ou mais e envia seus dados para uma única estação terrestre de satélite. Isso pode funcionar para certas finalidades, mas se o desejo é fornecer um fluxo de dados mais constante, próximo do tempo real, uma arquitetura simples como essa não é suficiente.
Seria muito melhor contar com estações terrestres ao longo do caminho orbital do satélite, permitindo enviar dados em um fluxo mais constante, certo? Se o satélite estiver monitorando um incêndio florestal, alterações na paisagem, a atividade de navios ou mesmo um evento esportivo, esse é o tipo de rede necessária.
Mas construir e manter várias estações terrestres ao redor do mundo ainda é uma proposta cara - não é algo que um operador de satélite individual desejaria. Por isso, a Viasat criou a rede terrestre de satélite Real-Time Earth. As primeiras peças já começaram a ser movimentadas, com diversas estações terrestres do Real-Time Earth já em operação e outras a caminho. Recentemente, anunciamos que a próxima será em Alice Springs, na Austrália, um link crucial para o Hemisfério Sul.
A Viasat é mais conhecida por nossos serviços de comunicação via satélite, mas também desenvolvemos tecnologia de ponta para antenas e estações terrestres, seja para nossas próprias redes ou para clientes externos. À medida que aumentam a necessidade e o interesse em relação ao que a conectividade via satélite em tempo real pode fazer, estamos ansiosos para ajudar a promover isso com uma rede disponível para mais pessoas e que reduzirá bastante o tempo necessário para fornecer dados de imagens.
“Seja vídeo, radar ou fotos, as pessoas o querem em segundos ou minutos, porque há algo acontecendo no mundo que elas querem observar”, diz John Williams, vice-presidente da Real-Time Earth.
A promessa de uma rede em tempo real
Enquanto construímos nossa rede em tempo real no solo, a Viasat também está criando uma nova constelação de três satélites de altíssima capacidade que, em questão de poucos anos, fornecerá conectividade global. A constelação ViaSat-3 reduzirá drasticamente o tempo necessário para transmitir dados de satélites ao ampliar a rede até o espaço. Mesmo com muitas estações de satélite em terra, ainda é difícil para um satélite em órbita terrestre baixa permanecer em contato constante. Se, além dessas estações terrestres, ele também puder transmitir os dados imediatamente para um satélite acima dele, o potencial de tempo real poderá ser alcançado.
Willians ainda afirma que quando ViaSat-3 e Real-Time Earth estiverem em plena operação, as possibilidades são praticamente infinitas.
"É realmente emocionante quando analisamos o que essa rede pode ser capaz de fazer”, diz. “Estamos ouvindo as idéias de todos e vendo como, uma vez que a constelação ViaSat-3 esteja em órbita, o jogo vai mudar - e a Viasat está à frente disso”.
Por fim, o surgimento de uma rede “Real-Time Space” - em que satélites de menor altitude se conectam a satélites geoestacionários (posicionados geralmente sobre a Linha do Equador, completando a rotação ao redor da Terra em 24 horas) - impactará o modelo Real-Time Earth. Isso é algo já observado nessa postagem por Kent Leka, gerente geral de sistemas de antena da Viasat:
“Se você está pensando que a Viasat está causando disrupção em nosso próprio negócio de estações terrestres, está certo”, escreveu Leka. “A maneira como encaramos isso é a mesma dos criadores de inovações como o iPhone ou o Uber: se você tem uma ótima idéia, que agrega uma nova e valiosa dimensão de valor, os negócios vão seguir. Quando você muda um paradigma importante como esse, leva um tempo para o mercado recuperar o atraso. E não podemos ditar isso - o mercado decide.”