A lacuna global no uso de banda larga para a educação

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O outro lado disso é que aqueles sem conectividade estão ficando cada vez mais para trás. Essa não é uma preocupação apenas para estudantes, mas também para países e para a economia como um todo. Uma população e uma força de trabalho instruídas e conectadas à internet são necessárias para avançar na era digital.

A banda larga é a tecnologia de mais rápido crescimento na história humana

Hoje, quase um bilhão de pessoas em todo o mundo têm conexões de banda larga com velocidade de 25 Mbps ou mais. Quinze anos atrás, velocidades assim eram praticamente desconhecidas, assim como muitas das tecnologias educacionais habilitadas por elas:

  • Ensino a distância
  • Bate-papo por vídeo
  • Consultar um especialista ou a sala de aula do professor de qualquer lugar
  • Acessar ferramentas educacionais não disponíveis em áreas isoladas

A banda larga é tão importante que a Comissão de Banda Larga para o Desenvolvimento Digital da Organização das Nações Unidas (ONU) afirma que esta poderia ser a resposta procurada há muito tempo para levar educação multidisciplinar e de alta qualidade a pessoas de todos os lugares, especialmente às que mais precisam. Por isso, o impacto da banda larga para a aprendizagem global não deve ser subestimado.

“A educação é um dos usos mais poderosos em que a conectividade de banda larga pode ser aplicada”, disse Houlin Zhao, Secretário-Geral da União Internacional de Telecomunicações (ITU). A ITU é a agência da ONU especializada em comunicação e tecnologia.

Mas enquanto quase três bilhões de pessoas têm acesso à internet em todo o mundo, isso significa que ainda há 3,5 bilhões de habitantes sem ela. Além disso, estar conectado não representa necessariamente acesso à banda larga. Apenas uma em cada três pessoas que acessam a internet possui, de fato, a conexão de alta velocidade necessária para tirar proveito das mais recentes tecnologias educacionais.

O acesso confiável à banda larga é um problema mesmo para países desenvolvidos, como a Irlanda. Quase metade dos pais afirma que seus filhos não estão atingindo seu potencial educacional devido à falta de banda larga nas escolas. No mundo em desenvolvimento, como no México, onde quase 60% da população tem acesso a algum tipo de conexão à internet, apenas 12% das escolas possuem banda larga. A situação é melhor no Brasil, onde um terço de todas as escolas primárias e dois terços das escolas secundárias têm banda larga. E mesmo a Austrália tem trabalho a fazer: a velocidade média da internet por lá é de apenas 11 Mbps.

Isso é ainda mais preocupante em países menos desenvolvidos e para aqueles em zonas de conflito armado. As escolas nessas áreas podem não ter sequer eletricidade. Estima-se que 78% das escolas nas Filipinas não tenham internet, muito menos banda larga. A velocidade média de download é de apenas 2,8 Mbps (nos EUA, a velocidade de banda larga é definida pela Federal Communication Commission como 25 Mbps). Na África Subsaariana, mais da metade dos estudantes do Ensino Médio não teve nenhuma experiência com o uso de computador. No Quênia, apenas 11% dos estudantes tiveram acesso a um computador na escola. De fato, menos de 1% dos assinantes de internet na região tem banda larga.

A disponibilidade de computadores também é um problema. Vários países subsaarianos têm tão poucos dispositivos que mais de 500 alunos precisam compartilhar apenas um computador. Mesmo na África do Sul, um país mais desenvolvido, a proporção média de estudantes para computadores é de 75 para 1.

Em muitas dessas áreas, economia, isolamento, políticas governamentais e guerra tornam quase impossível para as escolas possuírem as ferramentas necessárias para obter vantagem digital. Os provedores de banda larga convencionais geralmente não podem operar nessas condições e consideram o negócio financeiramente insustentável, especialmente em áreas de conflito e propensas a desastres naturais, onde um incidente pode acabar com uma rede inteira. Em Porto Rico, 95% das torres de celular da região foram derrubadas após o furacão Maria, em setembro de 2017, e a maioria das escolas ainda não possui nenhum tipo de acesso à internet. Ao redor do mundo, os provedores de acesso à internet (ISPs) terrestres podem nunca atingir muitas das áreas rurais.

Banda larga via satélite pode conectar comunidades em todo o mundo

É por isso que a internet espacial é tão crucial. O último relatório de banda larga da União Internacional de Telecomunicações da ONU concluiu que o serviço de satélite é vital para países em desenvolvimento e para a educação em todo o mundo: “os recentes avanços tecnológicos e o grande aumento em capacidade permitirão que (...) tecnologias baseadas no espaço desempenhem um papel crítico na conexão dos outros 4 bilhões e no cumprimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.

A capacidade de oferecer internet em quase todos os lugares é um dos principais objetivos da Viasat. Com o satélite ViaSat-1 e o aumento de capacidade e maior cobertura oferecidos por nosso mais recente ViaSat-2 estamos no caminho para alcançar isso nos EUA, no México, na América Central e no Caribe. Quando o primeiro de nossos satélites ViaSat-3 for lançado em 2021 , aumentará ainda mais a capacidade na América do Norte e também na América do Sul. E os outros dois desses satélites serão lançados sobre Europa, África e Ásia-Pacífico, oferecendo cobertura global e potencialmente alcançando milhões de pessoas em áreas que, hoje, estão completamente sem cobertura.

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Elena Slavoski